Bem-vindos à Londres Oculta sob a escuridão da noite e da guerra
Uma campanha de terror ambientada em Londres durante a guerra é uma imensa oportunidade de misturar guerra, tensão e terror. Existe um suplemento de CoC voltado para isso – World War Cthulhu London, lançado pela editora inglesa Cublice 7 e já fora de catálogo, já que infelizmente a Cublicle 7 não renovou a licença de CoC. O livro é magnífico e muito bem pesquisado – como tudo da editora.
Baseado no livro e em mais um livro que eu li sobre a época da Blitz (The Blitz: The British Under Attack), fiz um resumo do que é diferente na velha capital do Império Britânico durante a época da guerra.
For we wrestle not against flesh and blood, but against principalities, against powers, against the rulers of the darkness of this world, against spiritual wickedness in high places.
– William Blake, The Four Zoas (from Ephesians 6:12)
Londres, em 1939, era a maior cidade do mundo. A Grande Londres era a moradia de 8,2 milhões de habitantes e capital do Império Britânico.
O medo dos bombardeios aéreos
No período entre-guerras, se acreditava que em uma guerra moderna, bombardeios aéreos iriam devastar as cidades, matando centenas de milhares, causando pânico e destruindo a moral da população, e destruindo as indústrias de um país, forçando-o a se render. Se acreditava também que não era possível evitar um ataque devastador aéreo. Curiosamente, por esse motivo o governo não se preparou adequadamente contra uma campanha de bombardeio aéreo.
Apenas poucos meses antes da guerra ser declarada é que o governo começou a se preparar para a defesa de Londres contra ataques aéreos. Canhões, barragens de balões, holofotes, vigias foram colocados para proteger Londres. Os ataques aéreos do início da guerra, contra a Polônia, Noruega, França, Holanda e Bélgica aumentaram o medo da população.
Logo no início da guerra, em 1939, o governo determinou que todas as luzes fossem apagadas durante a noite e ordenou a evacuação de centenas de milhares de crianças para casas no interior. Com medo de ataques de gás, o governo também ordenou a distribuição de máscaras de gás para a população, determinando que deveriam ser levadas com as pessoas o tempo todo.
Sirenes de aviso
O governo instalou sirenes para avisar a população de ataques aéreos. Ao ouvir uma sirene, os cidadãos devem se encaminhar para um abrigo ou buscar um local mais protegido.
Abrigos anti-aéreos
Abrigos foram construídos em várias residências para proteger das bombas. Os abrigos construídos com material fornecido pelo governo nos jardins das casas são chamados de Abrigos Anderson, o nome do Ministro responsável pelo programa de defesa de Londres. Neles, uma família com até meia dúzia de pessoas podia se proteger ao soar das sirenes antiaéreas.
Evacuação das Crianças
Em 1939, quando a guerra foi declarada, o governo, temendo os ataques aéreos, ordenou a evacuação de Londres de centenas de milhares de crianças, mulheres com filhos menores de cinco anos e grávidas.
Eles foram levados para cidades e vilas menores no campo. O objetivo era preparar Londres para a guerra, diminuindo a quantidade de civis que seriam mortos nos ataques.
Entretanto, como a guerra demorou a chegar, por volta de meados de 1940 boa parte das crianças já havia retornado à capital.
Blecaute nas ruas
Ao anoitecer, Londres vive na escuridão. Para proteger a cidade, a ordem é apagar todas as luzes nas ruas. Vigias patrulham cada quarteirão para garantir que nem uma fresta de luz escape dos prédios e residências.
Carros devem reduzir as luzes dos faróis para o mínimo, as ruas foram marcadas de branco para ajudar a andar na escuridão e os postes foram desligados.
Dirigir e andar nas ruas escuras após à noite é uma experiência estranha em uma época de blackout – a visibilidade é quase nula. As pessoas andam com pequenas lanternas para ajudar a ver o caminho.
O uso do carro também foi desestimulado, para que se possa economizar gasolina.
Máscaras de Gás
Em Londres, todos vivem sob a sombra da guerra. A ameaça de bomba é constante. O governo determinou que todos os cidadãos carreguem máscaras de gás. Até mesmo para as crianças que permaneceram em Londres foram distribuídas máscaras de gás com formato do Mickey.
Carta de Identidade
A partir de 1939 o governo britânico instituiu um documento de identidade obrigatório para todos os cidadãos. Ele contém nome, idade, endereço e profissão. Devem ser usadas durante todo o tempo e apresentas à polícia ou militares da Home Guard. São necessárias também para usar os cupons de racionamento.
Militares e agentes do governo têm suas próprias identidades. A dos funcionários do governo é verde e inclui uma foto.
Racionamento
Gasolina: racionada desde setembro de 1939.
Carne: racionada desde fins de 1939.
Outras comidas: passaram a ser racionadas a partir do início de 1940. Grávidas e crianças têm prioridade para frutas frescas e leite. Os Britânicos recebem um cartão de racionamento, que devem carregar consigo.
Durante o Racionamento é necessário apresentar cupons de racionamento para comprar mercadorias, além do preço a ser pago.
Restaurantes estão fora do racionamento, o que permite comer fora de casa ao invés de usar os cupons de comida.
A pena para atravessadores no mercado negro é de multa de 500 libras e até dois anos de prisão.
Parabéns pela iniciativa e escolha do material! Certamente tem todos os ingredientes para um arcos de histórias memorável.
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Obrigado! Ainda está no planejamento, mas essa campanha ainda vai sair um dia. Enquanto isso, vou publicando o que eu já escrevi para ela aqui no blog.
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