Down Darker Trails: Terror no Velho Oeste

Down Darker Trails é o suplemento Velho Oeste de Chamado de Cthulhu / Pulp Cthulhu.

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O Capítulo 01 mostra como fazer um investigador no Velho Oeste com nova ocupações, como Cowboy,  Diletante, Entertainer, Gambler e várias outras, além das adaptações necessárias, modificações e novas perícias (e talentos específicos para o Velho Oeste Pulp). Precisa, claro, do livro base Chamado de Cthulhu 7a Edição  – que ainda bem que está sendo lançado aqui pela New Order.

Os capítulos seguintes contém uma lista de equipamentos, incluindo todas as armas clássicas dos filmes de faroeste, como os vários modelos de revólveres da Colt (Dragoon, Navy, Peacemaker, etc) e o famoso rifle Winchester 76, que só me lembram dos filmes de John Wayne.

Também é olhando a enorme lista de preços que a gente descobre que um copo de cerveja custava 5 cents; uma garrafa de uísque, 2 dólares; fazer a barba e cabelo eram 25 cents e uma passagem de carruagem de S. Louis para San Francisco, atravessando o Oeste bravio, eram absurdos 200 dólares!

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O livro contém também regras opcionais para a ambientação, quase todas envolvendo tiroteios – já que afinal me diga um filme de Velho Oeste sem pelo menos um duelo (deve ter, mas eu não me lembro). Se vou jogar uma aventura no Velho Oeste, melhor que tenha pelo menos um duelo (que nesse caso pode acabar sendo um mexican standoff com um deep one e um shoggoth na Califórnia). O capítulo tem também regras para perseguições à cavalo e para o tratamento de insanidade no Velho Oeste.

Um capítulo enorme (são 80 páginas) detalha o Oeste histórico, como ele foi colonizado, aspectos da vida no Velho Oeste, os Territórios e Estados, as nações indígenas, uma lista enorme de personalidades famosas  (Calamity Jane me lembrou uma história dos quadrinhos de Lucky Luke que eu adorava) e uma série de NPCs genéricos. Tudo acompanhado com ilustrações lindas de paisagens, fotos da época de vários personagens e diversos mapas que mostram as ferrovias, trilhas seguidas pelos colonizadores e batalhas da Guerra Civil.

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Agora, é a partir do capítulo V a coisa fica mais pesada, com o Oeste Sobrenatural, falando dos mythos e lendas do Oeste.

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As ilustrações das criaturas estão no padrão do S. Petersen Guide to Lovecraft Horrors. Ou seja, são muito bonitas. Livros, magia xamânica e cultos também são mencionados. Além disso, vários mundos perdidos são detalhados, incluindo o vale perdido, baseado em uma história de Robert E. Howard; o mundo subterrâneo de K´N-Yan – mencionado no pouco conhecido conto “The Mound” de Lovecraft e Zélia Bishop; o Deserto das Sombras, com sua ligação com as Dreamlands e “El Canon de Los Viejos””, um vale de dinossauros.

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O livro ainda tem um capítulo com dicas para narrar no velho oeste – esse é o capítulo mais curto e o único elo fraco do livro, sendo genérico e sem inspiração – basicamente discorrendo sobre como usar uma longa lista de livros, séries e filmes para inspiração e uma série de ideias soltas sem aprofundar.

Os capítulos seguintes detalham duas cidades prontas para servirem de ambientação. Pawheton, uma cidade/acampamento de mineiros sem lei nos territórios do norte (estilo o seriado “Deadwood”) e San Rafael uma cidade na fronteira do Texas com o México (só lembrei  de Red Dead Redemption). As duas cidades são bem detalhadas, com NPCs, locais, mapas e ideias de tramas e mistérios com ligações com os Mythos.

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Por fim, duas aventuras: Something from Down There e Scalon´s Daughter – cada uma delas se passa em uma das duas cidades detalhadas antes.

É preciso enfatizar o quanto esse livro é bonito. Os mapas parecem com mapas da época. As ilustrações são lindas. E o livro é grande, maior do que pensava. São 256 páginas (não que eu reclame).

Eu tenho que mencionar que minha preferência é por RPGs com cenários históricos (por isso Chamado de Cthulhu me atrai tanto). Se essa for a regra das novas variações de cenário de Chamado, a Chaosium acertou em cheio e espero que ela lance uma nova versão do Cthulhu Dark Ages logo.

Pelo que consta na introdução, faz um tempão que esse livro estava sendo feito e o resultado é visível. Eu gostei tanto que li quase todo de vez – raramente faço isso com um suplemento de RPG – e fiquei com vontade de adaptar meu velho jogo de GURPS no Velho Oeste para Chamado de Cthulhu e fazer os PCs tentarem matar um mi-Go com uma Winchester 76!

 

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