Saudações ao anfitrião! Um convidado está vindo, qual será o assento que lhe é reservado? Muito em breve com a espada ele deve testar sua coragem.
Hávamál, verso 2.

É o final do outono. A vila de Svendborg se prepara para as festividades em homenagem aos alfar. Será também o momento em que Sven, o filho do jarl Harald Ivarson receberá seu primeiro bracelete. Sven é também o nome do famoso antepassado da família, um herói que fundou a vila após matar dois trolls.
Entretanto pairam preocupações sob o reino da Dinamarca. Apenas alguns meses atrás, durante o verão, Frodi matou seu irmão, o rei Halfdan, e se proclamou o novo rei da Dinamarca.
É nesse clima que Svalinn, o Invencível, um berserker, volta após muitos anos à vila em que nasceu. Ele era guarda do rei Halfdan, mas, justo no dia da traição de Frodi, ele falhou com seu rei, pois uma feiticeira a serviço de Frodi havia lhe atraído com suas artes mágicas até a floresta e lhe deixara dormindo quando os homens de Frodi invadiram a capital Hleidra e mataram o rei.
Ao chegar, ele conversa com um dos velhos hirdman do jarl que estava guardando o portão da vila e descobre que o filho mais velho de Harald Ivarson foi morto durante um combate com piratas jutos.
Assim, são dois homens tristes que se reencontram após tantos anos. Apesar disso, Harald convida Svalinn a ficar na vila e se hospedar em seu Grande Salão.
A recepção para Aldric, o Último, é menos calorosa. Irmão pouco amado do jarl, ele chega de volta de uma viagem de comércio as terras das tribos bálticas, comandando um barco do jarl. Muitos acham que o jovem, que nasceu após a morte do velho jarl, é um bastardo e não era filho de Ivar. Por isso ele não é chamado de Aldric Ivarson, mas de Aldric, o Último.
O único que recepciona calorosamente Aldric é Ainar Sigurdson. Filho do comerciante da vila, mas cujo sonho é se tornar um guerreiro, participar de uma parede de escudos e ganhar o coração da jovem Gerda. Ele explica que seu pai, Sigurd, o Mercador, queria que ele trabalhasse nos negócios da família, mas que ele não quer ser um comerciante. Sua irmã é que sabe administrar os negócios e negociar com os clientes. Seu pai percebera a falta de tino do filho para o comércio.
Ainar pede para se juntar à tripulação do navio comandado por Aldric e confessa que sua única experiência foi caçando javalis. Aldric diz que irá apresentá-lo ao jarl, o dono do navio. E observa que talvez seja a sinceridade do jovem que não sirva muito para um comerciante.
Os dois encontram com Ericksen, homem de confiança do jarl, que serve como seus olhos nas ruas de Svendborg. Ericksen havia acabado de recepcionar o Jarl Hakon Vagnson, e sua esposa Heidh, filha mais velha do jarl Harald e agora voltava para o porto, após ver alguns barcos entrando pelo fjord entre as ilhas de Thorsinge e Thuro.
Ericksen os leva para o Grande Salão, onde são recebidos pelo jarl Harald e por sua esposa Yngvild.
Não existe grande amor do jarl Harald por seu irmão mais novo. Talvez porque ele acredite que Aldric não é realmente seu irmão. Alguns dizem que ele nomeou Aldric como capitão de um dos navios para que este passasse mais tempo longe da vila.
O fato de Hord, filho mais velho de Harald, ter morrido no verão passado quando estava com Aldric também pesa na relações dos dois. “Por que o valoroso Hord morreu e Aldric, o Último sobreviveu?” – perguntam algumas vozes no ouvido do jarl.
- Harald Ivarson, jarl de Svendborg e Yngvild, irmã do Jarl de Odense.
- Seus filhos:
Hord, morto em combate com os jutos.- Heidh, filha de Harald casada com o Jarl Hakon Vagnson.
- Siv: filha de Harald.
- Sven: filho mais novo de Harald.
Svalinn para para beber na taverna de Gunnar Olavson. O hidromel de lá continua tão bom quanto no tempo de Olav, ele comenta para o filho do taverneiro. É lá que Aldric e Ainar encontram com ele e se sentam para conversar, enquanto Ericksen observa o berserker a pedido do jarl, que teme que seu primo continue tão briguento como era antigamente.
O berserker é provocado pelo bêbado Snorre, um marujo que fala ter ouvido conversas no porto de Haven de que Svalinn falhou com o Rei Halfdan, pois na noite da traição estava dormindo com a rainha Sigrid. Aldric e Ericksen tentam evitar uma confusão, sem sucesso. A briga termina quando Snorre leva um soco tão forte que o deixa tonto, ao mesmo tempo que seu soco nem afeta o gigante. Para sorte de Snorre, ele é arrastado por um de seus amigos para fora do local.
Ao anoitecer, eles continuam a conversa no Grande Salão. O jarl os convida para participarem da caçada na manhã seguinte, para caçarem os animais que serão sacrificados no alfablot.
Ainar se oferece para avisar ao velho caçador Gurd, o mateiro, que mora na floresta. Para que esse participe da caçada, ajudando a guiar o grupo de caçadores. Querendo ser prestativo, ele parte em direção à saída da vila para avisar Gurd. Entretanto, quase se bate com um grupo de homens armados que entram na vila vindos da estrada da floresta.
- Magnus Leifsson, hirdman de Frodi
O guerreiro à frente do grupo se apresenta como Magnus Leifsson, hirdman do Rei Frodi, escoltando um emissário do rei. Ainar fica impressionado com as armas e as cotas de malha dos guardas e os acompanha de volta para o Salão, esquecido momentaneamente de seu intento de chamar Gurd.
No Salão, a festividade é interrompida quando oito guerreiros com cotas de malha e escudos de Frodi entram no Salão, acompanhados por um homem vestido em roupas elegantes. Um dos guerreiros anuncia a chegada de Ulf Arnesson, emissário do Rei Frodi, que veio prestar suas homenagens ao jovem Sven.
O clima pesa no Salão. Aldric aconselha o jarl a prosseguir na festividade, dando logo os braceletes para os novos guerreiros. Assim, o jarl manda ele procurar seu filho Sven e trazê-lo para o salão.
Enquanto isso, Ainar escuta as histórias sobre os soldados de Frodi e suas lutas nas terras dos Godos e contra os suecos e finlandeses, contadas por Inge, o Skald, um dos soldados do Usurpador. Ao saber que Svelinn está no Salão, Magnus provoca o berserker, dizendo que ficou surpreso de não tê-lo encontrado em Hleidra, meses atrás. Ericksen tudo escuta discretamente, buscando informações para seu lorde, prestando especial atenção nos soldados de Frodi.
Aldric encontra o animado Sven e a jovem Siv. Esta brinca com seu tio, quando este reclama que ele se sente velho ao ser chamado como tio e ela pergunta “Como prefere que eu o chame? Como Último?”
Sven, Ainar e Torstein recebem seus braceletes de guerreiros e juram lealdade ao lorde e sua família. A festa continua com novos barris de cerveja sendo abertos e mais comida sendo trazida pelos escravos para o Salão.
Combate no riacho
Entretanto, a suspeita paira sobre os recém-chegados. Ao saber por Ainar que eles vieram pela floresta ao invés de chegarem de barco, Aldric e Svalinn resolvem ir até a floresta, junto com Ainar e Ericksen.
Seguindo a direção para uma clareira que o jovem Ainar lembra que poderia ser um lugar onde homens poderiam se esconder, eles avançam pela floresta escura. Ainar e Aldric, que seguiam à frente, são surpreendidos por um homem armado com espada ao atravessarem o riacho. O homem diz ser um viajante cansado e aparenta desconfiança por encontrar os dois ali.
Svelinn, mais atrás, segura Ericksen e aponta para um segundo homem misterioso que se aproxima com um arco nas mãos, sem que os outros dois companheiros vejam. Mais atrás, outros dois homens armados se aproximam pelo riacho. Ele joga uma pedra para chamar a atenção de Aldric e Ainar. Ericksen prepara seu arco e aponta para o outro arqueiro.
O homem com quem Aldric e Ainar conversavam saca sua espada, ao mesmo tempo em que o arqueiro escondido se prepara para atirar. Ericksen é mais rápido e atinge o arqueiro com uma flecha, matando-o. Os dois homens no riacho correm em direção a Aldric e Ainar, um deles lança um machado contra Ainar, mas erra. Eles são surpreendidos por Svalinn, cujo machado desce inclemente, matando um dos atacantes. O outro, o que havia lançado o machado, saca uma espada e tenta atacar o gigante guerreiro, mas este é mais rápido, levando apenas um pequeno corte. Girando seu machado, o berserker derruba o segundo atacante.
A luta entre Aldric e Ainar com o desconhecido é mais dura. Este mostra ser um guerreiro experiente, usando sua espada para ferir Aldric e empurrando Ainar. O jovem filho do comerciante se lança contra o adversário, tentando derrubá-lo, sem sucesso. Eles tentam capturar o desconhecido para interrogá-lo, mas este luta bravamente. Ericksen o atinge com uma flechada e o desconhecido cai, ferido.
Sabendo que devem ter atraído a atenção de outros invasores, eles levam o guerreiro capturado e voltam rapidamente para a aldeia. Seguem para o barco de Aldric, enquanto Ericksen avisa ao lorde.
Quando o lorde chega ao barco, discutem que atitude tomar. Harald manda Ainar chamar a volva Hilde para tratar do ferido. O jovem corre para a cabana da feiticeira e volta com ela. Ela consegue acordar o prisioneiro, mas avisa que a ferida da flecha é mortal.
Ainar convence o homem a contar o que sabe, em troca de ter uma morte honrada em combate e poder entrar no Valhala. Este diz que está com um grupo de cerca de quarenta mercenários, contratados para atacar o grupo de nobres durante a caçada do dia seguinte. Ele não sabe o nome do homem que os contratou. Apenas o descreve. A descrição bate com a aparência de Ulf Arneson, o emissário de Frodi.
Svalinn quer confrontar os homens de Frodi, mas o jarl prefere evitar dar motivos para uma guerra com Frodi. Ele envia Ericksen para avisar a Haldor, o Bravo, o chefe dos hirdman para escoltar Sven e Siv até a casa de Thorberg, o Velho. E para reunir, discretamente, vinte de seus melhores homens e avisá-los para virem até o barco.
Aldric irá levá-los de barco até a costa, próximos da floresta, e de lá irão, guiados por Ainar, até a cabana de Gurd, o mateiro. Depois de chamarem Gurd, devem ir até um local alto em que poderão vigiar os atacantes. Ainar, que conhece a região por passar muito tempo caçando com Gurd, se lembra de que o acampamento dos mercenários fica próximo de um vale em que os caçadores terão de passar em busca de animais maiores, o Vale dos Javalis. Ele imagina que aquele seria um local ideal para os mercenários emboscarem o grupo de caça, pois é um vale estreito e com apenas uma saída fácil para tropas a cavalo.
Svalinn sugere que Aldric comande o grupo que irá no seu navio. O jarl aceita, após hesitar por um instante. Enquanto isso, o jarl continuará com a caçada, para que os homens de Frodi não suspeitem de nada. Ele levará o grupo de cavaleiros pelo vale, um local bom para uma emboscada, mas a ideia é estarem preparados para o combate e emboscarem os mercenários, cercando-os entre os cavaleiros e o grupo de soldados liderados por Aldric. O plano é enfrentar os mercenários e matá-los, impedindo que eles escapem do vale.
É um plano arriscado, mas se agirem bem, poderão matar os mercenários e abalar o prestígio de Frodi, especialmente se arranjarem provas de que o ataque foi planejado pelo Usurpador. Svalinn sugere que o lorde convide o emissário de Frodi para a caçada. Svalinn e Ericksen irão com o jarl, para protegê-lo.
Emboscada no vale
No dia seguinte, o grupo parte para a caçada. São cerca de quinze cavaleiros, incluindo o jarl Harald; seu genro jarl Hakon, marido de Heidh; o jarl Gunnar, Ulf, o emissário de Frodi; Magnus Leifsson, que segue como guarda-costas de Ulf; Svalinn, o berserker; Ericksen e uma dezena de nobres. O grupo segue bem armado, mais do que seria o normal para uma caçada. Mas escondem suas armaduras por baixo das grossas peles de animais.

No vale, Aldric, Ainar, Gurd e vinte hirdman do jarl esperam. Eles passaram o resto da noite no topo do morro, procurando descansar. Aldric consegue dormir e relaxar, mas Ainar está ansioso demais pelo combate e passa a noite em claro. No começo da manhã, de seu ponto de observação privilegiado, eles vêem os mercenários se aproximando. De longe, acompanham os bandidos. Tomam posição para surpreender os mercenários. O plano é derrubar os arqueiros e formar uma parede de escudos, impedindo a fuga dos mercenários – prendendo-os entre os cavaleiros e a parede de escudos no estreito vale.
O plano funciona. Os cavaleiros entram no vale. O jarl Harald os lidera, fingindo estar seguindo uma trilha de animais. Os mercenários esperam eles passarem e se movimento, fechando a saída do vale. Mas nesse momento são surpreendidos pelos homens de Aldric, que surgem à sua retaguarda.
O líder dos mercenários dá ordem para que eles formem uma parede de escudos, mas é tarde demais. O ataque da tropa de Aldric atinge a retaguarda dos mercenários antes que eles possam mudar de posição. A parede não resiste ao choque e recua.
Ao mesmo tempo, os cavaleiros se viram e, sacando suas espadas, se lançam contra os mercenários – prendendo-os em uma pinça.
Mas o grupo de mercenários é formados por guerreiros experientes. O líder deles tenta formar uma nova parede de escudos contra os soldados que os atacam pela retaguarda e ataca Aldric, enquanto ordena que os arqueiros se concentrem nos cavaleiros.
O combate é violento. Tanto Aldric quanto Einar atingem o líder dos mercenários, ferindo-o. Mas este resiste, usando seu escudo e seu machado com eficácia para bloquear parte dos golpes e para contra-atacar. Um golpe do machado do líder mercenário destrói o escudo de Ainar. Este é atingido por uma lança de outro dos mercenários que veio ajudar seu comandante. Aldric dá duas espadadas em sequência, tentando matar o líder inimigo. Este consegue apenas se defender, esperando uma abertura. Seu golpe de machado quebra também o escudo de Aldric. Mas é Ainar quem mata o comandante dos mercenários, dando um golpe que este não consegue bloquear com o escudo.
Aldric dá uma ordem para os soldados do jarl entrarem novamente em formação e avançarem sobre os desorganizados mercenários, agora que seu líder morreu. Sob seu comando, a tropa ataca os mercenários sobreviventes. Entretanto, um deles ataca Aldric, esperando vingar seu líder morto. Ele derruba Aldric, mas é morto pelos soldados do jarl.
Enquanto isso, do outro lado, o ataque dos cavaleiros derrubou vários dos atacantes. Harald ordena que Ericksen proteja o marido de sua filha, o jarl Hakon. Uma flechada atinge o cavalo de Svalinn, que é derrubado. O berserker consegue pular do cavalo antes que ele atinja o chão e se ergue para luta. Seu machado corta os inimigos. Um, dois, três, quatro caem atingidos pelo machado de Tyr. Ericksen usa seu arco para derrubar um dos arqueiros mercenários.
Outra flecha atinge o jarl Harald, derrubando-o do cavalo. Ericksen se move para salvar o jarl, ajudando-o a subir em seu cavalo. O arqueiro que acertou o jarl, atira novamente contra ele, mas atinge o braço de Ericksen, que sem poder usar o arco, consegue ainda controlar o cavalo e parte do campo de batalha pra proteger o jarl.
Em meio a luta, o jarl Hakon, o marido de Heidh, leva duas flechadas e caí do cavalo. Um inimigo avança contra ele e o atinge no rosto com um golpe de espada. Ele caí e quando o atacante se prepara para matá-lo é morto por Ainar, que viu o jarl Hakon ser derrubado e, pulando em um cavalo, conseguiu alcançar o mercenário antes que esse matasse o nobre.
No meio da confusão, apenas Svalinn percebe quando Magnus – o guarda-costas do emissário de Frodi -, ao ver Ericksen levando o jarl ferido para longe do combate, persegue-os e saca sua espada partindo contra eles. Ignorando os inimigos ainda próximos, o berserker corre a toda velocidade para proteger o jarl. Magnus atinge Ericksen. Este e o jarl caem do cavalo. Ericksen fica desacordo no chão.
Magnus sorri e se prepara para matar o jarl, quando seu cavalo é atingido pelo enorme berserker. Com o impacto, cavalo e cavaleiro caem ao chão. Magnus se levanta e ataca com sua espada, ganhando tempo para puxar seu escudo e se preparar para enfrentar Svalinn. O primeiro golpe do machado de Svalinn fere o guerreiro de Frodi, mas este reage acertando o berserker com sua espada e tirando sangue do grande guerreiro.
Magnus grita que irá matar o berserker e depois matará o conde, e que Svalinn não conseguirá impedir, da mesma forma que não impediu que o Rei Halfdan fosse morto. Mas a fúria do berserker é maior e ele ataca com um golpe tão forte que Magnus mal consegue aparar e pode apenas tentar se defender novamente. Mas o escudo de Magnus desce, e o machado de Svalinn gira encontrando uma abertura entre escudo e espada e abrindo a barriga do outro guerreiro, cortando cota de malha e carne. Svalinn ergue seu machado, tirando os pés de Magnus do chão. Esse estrebucha pendurado na arma do berserker.
Os poucos mercenários que sobraram fogem, subindo o morro. Ulf, o emissário de Frodi também foge, cavalgando para longe. O grupo se reúne, conta os mortos e volta para a vila. Harald está ferido, mas ainda inteiro e em pé, apesar de não conseguir mover o braço. Hakon está gravemente ferido, com um corte horrível no rosto. Aldric e Ericksen estão desacordados, bastante feridos, mas irão se recuperar rapidamente, pois nenhuma ferida é profunda. Alguns dos nobres e dos hirdman morreram. Ainar e Svalinn estão em pé.
Entre os inimigos, poucos escaparam. A história da infâmia de Frodi irá se espalhar pela ilha de Fyn. Será um inverno de preparativos na vila de Svendborg. Pois a chance do verão trazer guerra é grande.