
Ato I – Entardecer, Hora do Macaco
A Horda da Terra Sombria chega até a Vila dos Sete Pedregulhos. O Magistrado Esmeralda Shinjo Inyou exorta os samurais a defenderem a vila por tempo suficiente para que os camponeses possam escapar e chegar até Shiro Takeuchi. Todos assumem suas posições esperando o ataque.
O rufar dos tambores aumenta, enquanto um dos enormes trolls avança em direção ao portão da vila, acompanhado por vários goblins. Ele começa a bater no portão com seu tetsubô, enquanto ofende e desafia os samurais. Hida Nori, do alto da torre, vê o troll e corre para o portão para bloquear a passagem. Shika Benkei e o ronin Kono se unem a ele.

Quando o portão se abre, o troll proclama o seu nome, Zabog, o Grande, e avança, tentando atingir Hida. Ele é acertado por uma flecha disparada pelo Magistrado, que perfura o seu ombro. Enquanto isso, Kono ataca com sua katana, em um corte quase perfeito que abre uma enorme e profunda ferida na perna esquerda do troll, que começa a sangrar. Esse, furioso, desfere um golpe com sua tetsubô, acertando o ronin. Mas o esforço aumenta o sangramento do ogre, que perde o apoio de sua perna e caí ao chão. Aproveitando que ele esta vulnerável, Benkei se lança do alto do tori e, com sua lança, mata o troll.
Os goblins atravessam o portão, pulando por cima e pelos lados do monstro morto, e atacam os samurais.
Do lado norte do muro, Setsuka e Akane veem, da torre de vigília, um grupo de goblins avançar, tentando escalar o muro. Setsuka lança um frasco de oleo tentando incendiar os globins, mas erra. Akane desce para enfrentá-los.
Setsuka vê um outro grupo de goblins rodeando a vila, pelo rio, em direção a ponte. E examinando o campo de batalha, percebe que o segundo ogre sumiu da floresta onde estava. Olhando, vê que uma parte do muro de madeira do lado leste treme. Ela desce do muro, para avisar o Magistrado dessa tentativa de invasão.
O barulho dos tambores e da luta do portão esconde o avanço dos atacantes pelo leste. O segundo troll consegue derrubar um trecho do muro e avança. Mas, no pequeno santuário, o shugenja Kitsu Shin fazia uma oração, pedindo ajuda ao espírito ancestral do vilarejo. Esse responde, aceitando o pedido, e uma forma mística de pedras se ergue com a vaga aparência do ancestral local. Os goblins ficam com medo de avançar pelo espaço vazio da horta, deixando que o troll avance sozinho.

O espírito dispara uma rajada de jade contra o troll, que urra de dor, mas continua a correr em direção ao espírito. Ele acerta um golpe com seu enorme machado no corpo de pedra espiritual. Espírito ancestral e troll se enfrentam, enquanto Kitsu invoca um arco de água e também ataca o troll. O espírito ancestral retorna a terra e o troll recua.
No lado norte, Akane, após matar dois dos goblins, recua, atraindo os demais para uma armadilha. Setsuka toma uma posição no telhado e vê que os goblins acharam a entrada do pequeno portão dos porcos e avançam por ali, em direção aos estábulos, ameaçando cercar os samurais no portão.

Enquanto isso, da nevasca, aquele que já foi um dia Takeuchi Yorishige avança em seu onikage, um cavalo morto-vivo, entrando na vila e desferindo um golpe com seu ono amaldiçoado em Kono. Esse fica ferido levemente. O morto-vivo fala, com sua voz gutural, que ele quer aquilo que lhe pertence e os samurais o têm. Hida pensa que ele se refere ao pedaço de sua armadura e zomba do morto-vivo.
Shika, Kono e Nori recuam, sob os disparos de flechas dos goblins. Vendo os samurais abandonarem o portão, os goblins tomam coragem e avançam em direção à vila. Shika consegue atrair alguns goblins para outra armadilha que preparou. Outros goblins avançam pela rua principal, mas são surpreendidos pela aparição do espírito ancestral, que se ergue da terra e os esmaga.
O cavaleiro morto-vivo recua, cavalgando para o lado de fora da vila. O combate tem uma pausa que o grupo usa para respirar. Os goblins ocupam o estábulo e algumas casas do lado leste, próximas à horta.

Ato II: Noite, Hora do Cão.
Um goblin solitário avança. Ele informa que seu senhor gostaria de falar com o Magistrado. Shinjo aceita e segue o goblin até o portão, junto com seu yojimbo Nori. Lá ele encontra o outro cavaleiro encapuzado. Este salta do seu onikage e avança para conversar. O morto-vivo Yorishige encara Nori.

Shinjo pergunta se o encapuzado veio se entregar. Ele ri e responde que queria conhecer o Magistrado de que sua serviçal lhe falou. Ele oferece a chance do Magistrado sobreviver, se entregar o que ele veio buscar. Antes de partir, ele diz que os samurais têm até o fim da hora do Cão.
Enquanto isso, Kitsu e Kono voltam ao santuário. Lá Kitsu convoca o espírito protetor. Este aponta para o altar de madeira. Examinando o altar, Kono percebe uma gaveta escondida. Lá dentro, uma pequena caixa ornamentada com três pergaminhos.
Lendas da Vila dos Sete Pedregulhos
As histórias falam de um camponês que lutou ao lado de Hida Takeuchi e enfrentou o oni. Hida lutava valentemente, mas o oni era muito poderoso. Ele esmagou a armadura de Hida e se preparava para matar o valente samurai.
Então o jovem camponês pegou uma pedra e atirou no oni. Esse furioso com a insolência correu atrás do camponês. Mas o camponês era muito rápido e habilidoso. Ele se escondeu nas pedras e de lá atirou mais outra pedra na cabeça do oni. E outra. E outra. Acertando o oni 7 vezes bem no meio de sua testa.
Com isso o samurai conseguiu se levantar. Usando sua katana, o samurai matou o oni. Como prêmio, o samurai permitiu que o camponês e seus descendentes morassem no vale. Foi assim que se fundou a Vila dos Sete Pedregulhos.
Uma Lenda Mais Sombria
Foram dois os irmãos que partiram para enfrentar o oni. Hida Takeuchi e seu irmão mais novo Hida Takenori. Eles perseguiram o oni por muito tempo, mas esse sempre escapava. Até que com a ajuda de um camponês, eles conseguiram achar a trilha do oni.
Os dois irmão enfrentaram o oni e teriam triunfado. Mas Takenori havia visto o horror que Sagashi no Oni era capaz. Quando seu irmão caiu, ele pensou que seu irmão estava morto. E desesperado correu.
Mas Hida Takeuchi não havia morrido ainda. Apenas a intervenção do camponês evitou que o oni realmente matasse o samurai. Depois que Hida Takeuchi decapitou Sagashi no Oni, ele fez com que o camponês jurasse nunca contar sobre a covardia de seu irmão.
Takeuchi foi recompensado e Takenori foi esquecido. Alguns dizem que Takenori, envergonhado, fugiu para as Terras Sombrias. E até hoje lamenta pelo mal que fez a seu irmão. Outros dizem que alguns samurais nas terras sombrias encontraram um samurai Perdido. Maldizendo a traição de seu irmão. Que ficou com toda a Glória da vitória. E o deixou para morrer na caverna sombria.
O primeiro pergaminho é uma série de poesias, contando a história da vila. Os aldeões são os descendentes do herói que ajudou o samurai a matar o oni. O segundo conta uma versão mais sombria da história de como Sagashi no Oni foi destruído, mencionando a participação do irmão do samurai, Takenori, que fugiu do oni ao pensar que seu irmão havia morrido.
O último pergaminho é a escritura de propriedade das terras da vila, dada pelo primeiro Takeuchi ao aldeão, em pagamento por sua ajuda.
entreato
Mais distante, o monge Togashi Zhin, escolta os aldeões. A estrada está cheia com os habitantes da vila, suas carroças e animais. A neve que caí desde o dia anterior os atrasou um pouco, mas pelo menos serviu para esconder seus rastros, cobrindo pegadas e marcas das carroças. Já se encontravam perto da ponte sobre o Rio da Corrente Caudalosa. Com sorte, o inimigo não percebeu a saída dos aldeões.
Uma das meninas, a pequena Nashi está sentada na carroças puxada por seu pai. Quando ela vê o monge, ela pula e fala:
“Professor-sama, não estou vendo meu irmão, Toyo. Ele estava conversando com Sato e Gorei pouco antes de sairmos da vila”
Togashi se lembra de seus três alunos encrenqueiros, que o seguiam querendo que ele os ensinasse a lutar como um herói. Seu pensamento se divide entre o que é certo e o que ele imagina ser o caminho da fluidez da água, que seria seguir com os aldeões.
A jovem Chiyo, que caminhava ao lado do monge diz “Por favor, Togashi-sama, salve os garotos. Deve ter sido meio irmão Sato que convenceu os outros dois a fazer essa besteira”.
Do lado de fora das muralhas, o capitão goblin se aproxima, temeroso, do serviçal das Terras Sombrias.
“Ó, meu Lorde Sombrio. Meus goblins encontraram esses dois pequenos humanos se escondendo nos estábulos. Eles iam comê-los, mas eu os trouxe para ti”.
Ele empurra duas crianças assustadas para a frente.
Takenori sorri.
To be continued…